sábado, 5 de dezembro de 2009

Intervenção do Secretário Executivo da CPLP


Exmo. Senhor Presidente do Sindicato dos Jornalistas de Portugal,

Exmas. Senhoras e Senhores representantes dos sindicatos e associações de jornalistas dos países membros das CPLP

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Começo por enaltecer o percurso que as organizações de jornalistas têm vindo a fazer nestes últimos anos para a constituição de uma Federação que englobe os profissionais da Comunicação Social no espaço da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

A CPLP, que reúne Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, e mais de 220 milhões de pessoas espalhadas pelos quatro continentes, tem vindo desde a sua constituição a acompanhar com o maior interesse todos os desenvolvimentos da Comunicação Social nos nossos países.

Na verdade, no contexto da constituição formal da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, os Media não ficaram esquecidos:

- Recordo que, no relatório final da 1 Reunião do Conselho de Ministros da CPLP, a Comunicação Social foi referida pela sua importância no processo de Desenvolvimento. E, neste ano de 1996, registaram-se os primeiros avanços no caminho para uma Comunicação Social que defenda os laços que unem os nossos oito países, consubstanciados nos objectivos fundadores da CPLP;

- Recordo ainda que todos os países que integram a CPLP deram já passas substanciais para a activação de entidades reguladoras autónomas e realizaram processos de reforma das televisões públicas, transformando-as em serviços públicos de televisão.

Senhoras e Senhores,

Os países da CPLP, integrados nos seus respectivos grupos regionais — UE, União Africana, Mercosul e SADC —, comprometeram-se há muito a trabalhar para o estabelecimento de Órgãos de Comunicação Social que veiculem informações justas, com ética e deontologia.

Hoje em dia, a Comunicação Social em muito é beneficiada pelas novas tecnologias e, em consequência da crescente consolidação dos Media, nós poderemos garantir o conhecimento e o exercício dos mais básicos direitos humanos, os princípios democráticos, a divulgação de práticas de boa governação, a multiplicação acelerada do desenvolvimento social e humano em todas as suas vertentes, a melhoria das condições de saúde, ensino e cultura.

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Não obstante alguns constrangimentos, os Media dos países de Língua Portuguesa têm desempenhado um importante papel na facilitação de processos de democratização e na reconciliação de países destroçados pela guerra.

A CPLP é uma entidade pluricontinental, que se assume como um projecto político assente na Língua Portuguesa, pelo que é importante realçar o papel insubstituível dos Media, em particular, os dos nossos Estados-membros. Os nossos Órgãos de Comunicação Social têm uma responsabilidade a assumir na consagração dos Estados democráticos e também da nossa Comunidade em cada país, nas respectivas diásporas e na sua afirmação no contexto do mundo globalizado.

O papel dos Media é, assim, fundamental para o progresso dos nossos Povos e para a consolidação da paz e da democracia.

Simultaneamente, a educação/formação adequada dos nossos profissionais em matéria de comunicação social e a cultura científica e técnica que lhes permita analisar correctamente os factos podem contribuir sobejamente para a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento pessoal e social dos cidadãos dos países da CPLP, designadamente, no combate à pobreza, ao HIV e na construção de uma cidadania consciente e activa.

Sem controvérsias, não vamos ter um mundo desenvolvido e seguro sem que a Comunicação Social assuma um papel activo, o papel que lhes está destinado nas nossas sociedades. Os media têm o condão de poder fazer a diferença, de informar as suas sociedades e também o mundo sobre a pobreza, a desigualdade e a injustiça, mas, também, do que de positivo se desenvolve, descartando o veicular da informação só pela negativa.

É com informações verdadeiras de âmbito local que o mundo obtém o testemunho que agita os nossos sentimentos, que vai à essência do nosso fundamento, que nos desperta os sentimentos e o interesse e que nos vai permitir agir em conjunto para colmatar lacunas e impulsionar o desenvolvimento. Neste processo, que estamos hoje aqui a tentar optimizar, podemos conhecer, compreender e por fim agir.

Desta forma, desde o primeiro momento, temos acarinhado este projecto de criação de uma Federação de Jornalistas de Língua Portuguesa - que conta com o nosso patrocínio.

Não posso voltar a enaltecer a criação desta estrutura da categoria profissional de jornalistas, convicto de que a criação de uma estrutura que aprofunde e torne consequente a cooperação e a solidariedade entre as organizações de jornalistas dos Países de Língua Oficial vai garantir uma cultura do diálogo, da informação social veiculada profissionalmente, do pluralismo e da liberdade de imprensa que nos compete defender.

Muito Obrigado.




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